Fala-se em George Romero como de um cineasta, mas não há de facto mais do que a sua dedicação ao universo dos zombies para suportar esse título. A mescla de terror e sátira política permitiu à trilogia inicial (Night, Dawn e Day of the Living Dead) adquirir a categoria de culto, mas já lá vão vinte anos (1968-1985). Martin, de 1977, Monkey Shines de 1988 e The Dark Half de 1993, são as melhores coisinhas que se viram dele desde então, e enfim.
Escrito e realizado por Romero, como os anteriores zombies, não há aqui nada de novo. Absolutamente nada. Zombies mortos a tiro ou à flechada é coisa que sem novidade e que já só atrai bocejos, e a cada cinco minutos (se tanto), temos oportunidade de assistir a um festival do mesmo.
Os seres humanos vivem agora isolados em pequenas cidades fortalecidas e os zombies governam o mundo inteiro. Claro que do lado dos humanos a diferença de classes mantém-se, pela força, e os ricos continuam a viver à grande e os pobres na miséria (o ridículo é que se pretende que o dinheiro ainda tem valor, quando este não deveria passar de papel inútil, pois não há Bancos que o reflictam em ouro). Os ricos vivem num arranha-céus luxuoso com lojas e restaurantes e os pobres na rua. Mas numa grande cidade como NY, porque não habitam os pobre outros arranha-céus igualmente luxuosos? Não faz sentido. Como nada, de resto, neste filme. Diz-se que os zombies estão a ficar espertos e a comunicarem, mas realmente é um único zombie que parece começar a desenvolver um cérebro, e nem sequer é tão esperto como um macaco.
A visão da sociedade pós apocalíptica é a mesma de sempre, e vem já de filmes como Mad Max e outros. A lei do mais forte impera e os jogos de diversão (o ópio do povo) são sempre humilhantes e violentos. Como é preciso haver inimigos para matar e há falta de índios, venham os mortos-vivos. Em suma, não há suspense, não há terror, não há acção, não há aventura, não há argumento digno do nome. E o pior é que George Romero está cheio de projectos até 2007, incluindo uma adaptação de um livro de Stephen King (a sua segunda), The Girl Who Loved Tom Gordon.
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