Wednesday, November 19, 2008

Fritt Vilt, de Roar Uthaug


Slasher norueguês passado num hotel abandonado no meio da montanha nevada de Jotunheimen, onde um grupo de cincosnowboarders descobre não estar tão sozinho como julgava. O sangue começa a correr apenas aos 40 minutos e até então o filme não aproveitou o seu tempo nem para nos dar a conhecer os protagonistas, que permanecem finos como papel, nem para instilar medo para além da ocasional sombra fugidia. Por essa altura, já temos uma ideia de quem será o responsável pelo que ainda nem aconteceu e, voilá, estamos correctos.

Sem uma nesga de originalidade, este herdeiro do velhinho Sexta Feira 13 avança como um elefante por uma loja de porcelanas. Nunca se viu ninguém fazer tanto barulho quando a intenção era não fazer nenhum; mas como o que conta é a intenção, o assassino, apesar de familiarizado com o espaço, não ouve nada. Quando a logística mete água, está o caldo entornado. A primeira vítima corre por um corredor com um ombro cheio de sangue, tropeça, cai, arrasta-se e até se apoia contra uma porta; pouco tempo mais tarde, outro personagem percorre o referido corredor e o mesmo está imaculado. Como é que nunca ninguém apanha o assassino de esfregona na mão?

Fritt Vilt é um slasher medíocre que nem sequer capitaliza no cenário. Filmado no topo do Jotunheimen (o equipamento teve de ser levado de helicóptero), a uma temperatura de 25ºC negativos, pouco mais é do que branco e uma cabana. O mini-twist final é irrisório e responde a uma questão que só se ponderou muito levemente no início, mas sempre mostra a natureza da besta. Explicações, não há, apesar de ser mais um daqueles filmes em que o assassino tem no seu quarto, à mão de semear, providenciais recortes de jornal com trinta anos.

O realizador Roar Uthaug diz que fez o seu primeiro filme de machadada no oitavo ano, mas desde 2002 que se dedicava a vídeos musicais e anúncios. O regresso às origens não se provou astucioso. E ainda menos o facto de terem sido precisas cinco cabeças (entre elas a de Uthaug) para magicar esta história. Para quem está habituado a icónicos assassinos mascarados que não abrem a boca, este também não tem grande presença; é alto, mas magro. A sobrevivente regressa na sequela, com estreia prevista para Outubro de 2008, com outro realizador.

Fritt Vilt 2006

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