Depois de Buffy, a caçadora de vampiros, e de Selene, a caçadora de lobisomens, chega-nos Hayley, a caçadora de pedófilos.
Uma estudante de 14 anos e um fotógrafo de 32 encontram-se pela primeira vez, após três semanas de correspondência em chats na Internet. Parecem entender-se e vão a casa dele. Ela acaba por beber álcool e tudo se precipita, mas não da maneira que se imagina. Quem acorda amarrado a uma cadeira é ele e não ela.
A premissa era interessante. A inversão dos papeis face ao cenário típico da pedofilia é o suficiente para constituir a grande surpresa do filme. Infelizmente, a partir daí esgota-se o filão e liga-se o piloto automático. O que começara como uma ideia prometedora secou rapidamente e o resto é um ambiente estéril, maçador e demasiado vulgar para ser verdade.
Desenvolvido como uma peça de teatro e com um total de três cenários para 102 minutos de duração, às parcas surpresas alia-se um diálogo bastante repetitivo e cheio de clichés, no qual a captora procura obrigar o cativo a confessar-se pedófilo, o que ele nega continuamente, mesmo enquanto é psicologicamente torturado e sujeito aos preparativos de uma operação de castração. Há revelações que chegam no final, mas são demasiadas e inconsistentes, ditas quando já se perderam as boas graças do público e no desespero de evitar que os últimos e mais persistentes cinéfilos dispersem.
Vivendo do risco da aposta e com o mesmo título de um filme pornográfico de 1976 (com o lendário John Holmes), o capuchinho vermelho vai meter-se na toca do lobo, mas é ela que lhe mostra as garras. Porém, tem as unhas cortadas bem rente ao sabugo.
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