Wednesday, November 19, 2008

3 Extremos, de Fruit Chan, Park Chan-Wook e Takashi Miike


Co-produção entre a China (Hong Kong), o Japão e a Coreia. Três faces do cinema oriental, três proveniências com modos próprios de fantasiar. Três cineastas assinam três curtas metragens sem ligações entre si.

Natural de Hong Kong, Fruit Chan iniciou a carreira em 1985, como realizador de segunda equipa (num filme de Sammo Hung, artista marcial da escola de Jacky Chan, intitulado “Long de Xin” – Coração de Dragão), chegando ao reino do terror em nome próprio em 1993. O sucesso veio em 1997 com “Made in Hong Kong”. Assina o primeiro dos contos.
O coreano Park Chan-Wook obteve aclamação pela trilogia sobre a vingança: “Sympathy for Mr. Vengeance” (2002), “Old Boy” (2003) e “Sympathy for Lady Vengeance” (2005). Entre estes dois últimos filmes, assinou o segundo conto.
O japonês Takashi Miike tem perturbado o sono de milhares de cinéfilos com os seus filmes de terror (“Ichi the Killer”, “Audition” e “Chamada Perdida”), mas também foi bem sucedido nas incursões pela acção policial, com a violenta trilogia “Dead or Alive”. Assina o terceiro conto.

Infelizmente, este projecto não passa de um mero golpe de marketing. Contrariamente ao esperado, os três realizadores não tentam superar-se em relação aos outros, antes esforçam-se por fazer pior. A cada tentativa de reduzirem na criatividade, vão esmorecendo a proposta e anulando o resultado. Do bocejo ao constante consultar do relógio, tudo se justifica para reduzir este objecto a uma perspectiva realista. Nenhuma das três histórias marca pontos por originalidade ou arrojo visual. Mais valia serem três episódios de uma série televisiva de suspense, pois a sua básica futilidade torna-os mais dignos do pequeno ecrã do que da grande tela.

No primeiro conto, a receita para a juventude reside numa receita de bolinhos de carne de fetos humanos. Muito anos 80, mas sem suspense nem terror. O sorriso final é insuficiente para surpreender. No segundo, um realizador de cinema é torturado por um actor fracassado que ameaça cortar os dedos da sua mulher a menos que ele revele porque é tão bonzinho. Faz pensar em Quentin Tarantino e Roger Avary, em “Hitchcock Apresenta” e no novo conceito de horror-porn, que se refere a filmes que preferem debruçar-se pormenorizadamente nos métodos de tortura do que no desenvolvimento de um argumento decente. Por último, uma história de assombrações, de uma morte do passado cuja vítima volta para vingar-se. É o mais fiel ao género das três apostas, mas não traz surpresas.
Um episódio da “Quinta Dimensão” tem a duração de 30 minutos. Quem quiser uma dose tripla e não for muito exigente ou experimentado no género, arrisque. Mas os realizadores são muito melhores no seu próprio campo, individualmente. Chevy Chase, Steve Martin e Martin Short também eram grandes comediantes, mas quando fizeram o filme “The Three Amigos”...

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