Wednesday, November 19, 2008

Saw, de James Wan


Sempre que um género começa a definhar, ou pelo menos a vulgarizar-se, há sempre um filme que congrega opiniões e unanimiza a ideia de que se está perante um novo messias que vai revitalizá-lo. Mas isso nem sempre é verdade. Às vezes é só uma nuvem de fumo.

É o caso de Saw. Tem uma boa premissa. Um cenário único, claustrofóbico e aterrador (uma casa de banho decrépita, em lugar desconhecido), e dois personagens que vão ter de apostar as vidas num jogo de estratégia e morte, de modo a escapar. Que mais se podia desejar?

Mas não se trata de uma peça de teatro de um cenário só, por isso tem-se direito a flashbacks que explicam melhor a situação. E também ao que está a acontecer à esposa e filha de um dos concorrentes, que morrerão se ele não ganhar o jogo no tempo limitado de que dispõe.

Então, qual é o problema? De certa forma, nenhum. A trama corre competentemente, e as surpresas vão-se sucedendo, até à última, de que não se estava à espera, mas faz perfeito sentido.

O único mal está no hype que se criou à volta do filme. O slogan «o melhor thriller psicológico desde Se7en». É que a originalidade esgota-se rapidamente e os actores... nenhum deles está realmente compenetrado. Cary Elwes é péssimo (especialmente na fase final, em que mais se exigia das suas capacidades (?) de actor), Danny Glover nunca será um Morgan Freeman, e os restantes limitam-se a fazer pela vida.

No final, tem-se um thriller que não desilude em si, mas que não traz nada de novo ao género.

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