Para quem ainda não estava farto da nova fornada de remakes de filmes de terror japoneses, aqui vem mais um a juntar aos demais, sem que traga nada de novo ao género. O tema das casas assombradas tem sido sobejamente adaptado, copiado e plagiado, e o das meninas mortas que voltam para atormentar-nos é o pão nosso desde a época vitoriana.
Jennifer Connelly junta-se ao leque de actores e actrizes que, após a aquisição de um Óscar, se dedicaram a manchar a sua reputação com todo o tipo de lixo (o indesmentível campeão nesta categoria é Cuba Gooding Jr. – Herança Canina, Homens de Honra, Radio, Boat Trip, Rat Race, Pearl Harbor – seguido de perto por Halle Berry – Catwoman, Gothika, X Men 2). Jennifer Connelly fez Hulk, The House of Sand and Fog e agora Dark Water.
Baseado num filme homónimo de Hideo Nakata (Ringu 1-3 e The Ring 2), a temática não cai muito longe da árvore. Em Ring 2, rapidamente se passava da cassete assassina (assassinada por incineração ao cabo de 10 minutos de filme) para uma história de possessão. Samara, a menina que nunca tirava os cabelos de frente da cara, quis possuir o filho de Rachel porque tinha saudades de ter uma mamã; a cena de possessão mais intensa (se houve cenas intensas nesse filme) passava-se numa casa de banho trancada, dentro de uma banheira cheia e com água a subir pelas paredes e a espirrar por todo o lado. Estava criada, logo ali, a ideia para um novo filme, só era preciso mudar de água límpida para água suja, de canos velhos, e já está. De resto, a água já era uma constante até no primeiro The Ring, pois Samara caíra num poço e morrera. o Ring continua a dar as dicas: a mãe solteira com um filho passa a mãe divorciada com uma filha.
Quanto a originalidade, bate-se no fundo (a amiga imaginária da filha é afinal um fantasma, os elevadores funcionam sozinhos, as torneiras abrem-se sozinhas, os cabelos a taparem a cara da menina morta), mas em manipulação do medo do espectador, nem tentativa.
Lembram-se de “The Eye”, dos irmãos Danny e Oxyde Pang? Também incluía fantasmas que se moviam num bloco de apartamentos, mas o terror era palpável. O Mal podia entrar connosco no elevador, andar pelos corredores, aparecer-nos à porta, mas era sempre arrepiante. Em “Dark Water” ficamo-nos pelo tédio.
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