Wednesday, November 19, 2008

Diário dos Mortos, de George A. Romero


Assim como Mike Oldfield insiste em repetir as notas do seu primeiro sucesso, Tubular Bells, George Romero é um realizador que ficará para sempre associado ao tema dos mortos-vivos. Para além da trilogia inicial (1968-1985), já realizou Terra dos Mortos em 2005 e agora este Diário dos Mortos em 2007. Não satisfeito, prepara já uma sequela de Diário dos Mortos para 2009.

A moda pegou de tal forma que a trilogia inicial já conta com remakes. O mago dos efeitos visuais Tom Savini tomou a dianteira em 1990, num exercício de estilo que pretendia apenas mostrar os avanços na arte da maquilhagem, Zach Snyder actualizou O Amanhecer dos Mortos em 2004 e Steve Miner completou a trilogia em 2008, com uma qualidade tão duvidosa que o filme foi directamente para vídeo.

Para além da moda baseada especificamente na obra de Romero, como por exemplo, A Noite dos Mortos Vivos 3D (2006), há que mencionar 28 Dias Depois (e a sequela 28 Semanas Depois), as trilogias Evil Dead (1981-1992) e Resident Evil (2002-2007) e a saga de Regresso dos Mortos Vivos (1985) iniciado por Dan O’Bannon (argumentista de Alien) e que em 2005 teve duas sequelas (sem número romano no fim, mas a contabilizarem as partes IV e V), ambas com o mesmo realizador (Ellory Elkayem), argumentistas e actores principais.

Quanto a George A. Romero, trouxe para Diário dos Mortos uma única novidade, a ideia da câmara subjectiva, mas o ano de 2007 foi uma epidemia de falsos reality showsCloverfield, [Rec] e The Poughkeepsie Tapes são apenas alguns exemplos. De resto, é mais do mesmo. Meia dúzia de mortos-vivos a cambalearem como se tivessem os sapatos demasiado apertados, uns tiros na cabeça e a ideia de que atravessar um crânio é como barrar manteiga: uma foice atravessa de um lado ao outro dois crânios e uma flecha pendura um miúdo a uma parede. O elenco deve ser consitituído por quem prestou as piores provas nos castings, se acaso os houve, e não há um único momento de suspense em toda a película. O aspecto analítico sobre os media através de voiceover é ridículo, tal é o número de frases feitas que são debitadas. Para quem não percebeu em 2005 que George Romero esgotou os seus recursos, este fiasco deveria ser prova mais do que suficiente.

Diary of the Dead 2007


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