Balagueró tem dedicado a carreira ao cinema de terror. A sua aproximação ao género é tradicional, gótico-vitoriana. Baseia-se em argumentos simples, reminiscentes de M. R. James ou H.P. Lovecraft, como são prova os seus anteriores filmes “Os Sem Nome” e “Darkness”. Mas Balagueró é um artesão. Praticamente sem recurso a efeitos especiais de vulto, vai construindo o medo a quem o abraçar.
A história de Frágeis não traz nada de novo. Segue todo o previsível manual de instruções que gente como Kevin Williamson lograra desconstruir no final do século passado, mas levando-o a sério. Passo a passo, vai-nos envolvendo nas suas sombras. Aproxima-se mais à onda do terror oriental do que do norte-americano. O argumento, de que é co-autor, tem inúmeras falhas, mas funciona na sua lógica interna de horror infantil. Os sustos estão lá, ainda que a maior parte das vezes não passem de suspense de eriçar os cabelos da nuca, sem que realmente suceda nada. É esta a qualidade de artífice que mais caracteriza o realizador. A fotografia de Xavi Gimenez e a música de Roque Baños ajudam bastante. Um pouco de originalidade no guião teria feito milagres. Hospitais com fantasmas que ocultam segredos do passado são mais do que as mães.
Quanto a Calista Flockhart, a protagonista, o que mais se nota é o botox com que cobriu a cara, sem que, porém, as rugas saiam disfarçadas. Qualidades como actriz? Ainda estou à espera.
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