Wednesday, November 19, 2008

As Pragas, de Stephen Hopkins


Uma ex-missionária católica, especialista em denunciar cientificamente falsos milagres, investiga uma terriola onde o rio se tornou da cor do sangue, e esse facto é atribuído a uma menina local, acusada de bruxaria. Mais pragas iguais às dez do Egipto se seguem e a investigadora não tem mãos a medir, mas ainda encontra tempo para se apaixonar pelo professor de biologia local e ter sexo com ele (pormenor filmado de forma extremamente dúbia, mas que adquire relevância no desfecho).

Um padre jesuíta tem a premonição de que ela está em perigo, mas está longe da intervenção do padre do Exorcista, ficando-se pelo mero decorativismo. Stephen Rea, coitado, já se presta a qualquer papel, e a duplamente oscarizada Hilary Swank nunca se esqueceu de revezar boas representações com manifestações de sensaboria (não esqueçamos Karate Kid IV ou Detonação). David Morrissey fecha o bouquet, ele que já tropeçara na abjecção que foi Instinto Fatal 2.

O australiano Stephen Hopkins tem dedicado a sua carreira ao terror e ao suspense (depois de uma curiosa estreia com um polícia desequilibrado a perseguir um grupo de adolescentes num centro comercial à noite, em Dangerous Game), mudou-se para os EUA para dirigir o sofrível Pesadelo em Elm Street V e entregaram-lhe de seguida Predador 2 e Chuva de Fogo. Dando provas de uma vulgaridade rasteira, foi relegado para segundo plano, nomeadamente para a televisão, com Tales of the Crypt e alguns episódios de 24Perdidos no Espaço veio confirmar a falta de forma. Como tal, As Pragas era totalmente dispensável. Contudo, dificilmente um argumento tão amorfo conseguiria melhores resultados com outro realizador.

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