Ainda a aproveitar a onda de slasher movies iniciada por Halloween(1978), este filme mudou a data crónica para o Natal e limitou-se a construir uma historieta simples para enquadrar as mortes. É um filme de terror de série B, completamente mundano, sobre um menino que assistiu à morte dos pais (às mãos de um assaltante disfarçado de Pai Natal), passou a adolescência num orfanato católico com uma madre superiora que o punia por tudo e por nada e que, na véspera de Natal dos seus 18 anos, vestido de Pai Natal por trabalhar numa loja de brinquedos (e tendo bebido demais numa comemoração com o patrão e os colegas de trabalho), entra em transe e desata a matar todos os que encontra pelo caminho.
Criativo, utiliza cabos de iluminação de natal, um x-ato, um martelo, um arco e flechas, um machado, uma cabeça de veado empalhada e uma janela de vidro. A outra curiosidade do filme, para além do facto de todos os actores serem um susto, é não haver actriz que não apareça em topless, a menos que seja freira ou velha.
O filme intitulou-se Slayride durante toda a produção, mas a Tri-Star alterou-o no último minuto. As associações de pais fizeram piquetes à porta dos cinemas, aquando da sua exibição, e foi tal o motim que a distribuidora o retirou das salas antes do Natal, fazendo com que as receitas fossem diminutas. A controvérsia deveu-se ao facto de o assassino usar um fato de Pai natal, que é suposto ser uma figura paternal e amiga, e assim saía desvirtuado e estragava o espírito doho-ho-ho. Uma máscara de hóquei ainda vá, já de si é um desporto violento, mas um fato de Pai natal é que não. Já basta as crianças terem medo de palhaços.
O filme, que abriu no mesmo fim de semana que Pesadelo em Elm Street, de Wes Craven, e no triplo dos cinemas, conta já com quatro sequelas (a partir do terceiro filme foi abandonado o fato de Pai Natal) e um remake em pré-produção, com argumento de Franck Khalfoun, realizador de P2.
Silent Night, Deadly Night 1984
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