Wednesday, November 19, 2008

O Escolhido, de Neil LaBute


Remake do filme homónimo de 1973, em que um detective policial investiga o desaparecimento de uma menina numa ilha privada, onde parece desenvolver-se um estranho culto pagão. Os habitantes da ilha negam a existência da criança, mas o detective não desiste facilmente.

O filme original de Hardy, escrito por Anthony Shaffer, filmado num curto espaço de tempo e quase sem dinheiro, é hoje considerado uma obra prima do universo do horror.

Neil LaBute reescreveu o argumento, passou o culto para o feminino (a seita de Christopher Lee – que aceitou representar o papel de líder de graça – passou para o seio de Ellen Burstyn) e realizou a mais fraca passarinhada de que há memória. Sem o menor suspense ou terror, sem a menor lógica ou intencionalidade, Nicolas Cage mostra uma vez mais que consegue atravessar um filme sem mudar de expressão e que se mete em projectos sem a menor qualidade e promove-os com a maior cara de pau. Se de facto o actor acha que o filme correspondeu às suas expectativas, como o disse em entrevista, ou estas eram muito rasteiras, ou há algo de errado na cabeça do actor que ganhou um Óscar a embebedar-se até à morte.

Imediato alvo dos Golden Raspberry Awards, mais conhecidos por Razzies (Prémios de Pior Filme do Ano), é candidato em cinco categorias: Pior Filme, Pior Actor, Pior Guião, Pior Remake e Pior Par. Verdade seja dita, merece-os todos.

De realçar, porém, um acto inesperado, capaz de reabilitar um bocadinho Nicolas Cage aos nossos olhos: por duas vezes, esmurra mulheres na cara, com força excessiva, e uma vez atira uma mulher contra uma parede. Ignoro se a gargalhada geral era o efeito pretendido pelo realizador, mas diria que ... não.

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