A Casa dos 1000 Cadáveres peca por ser demasiado pretensioso. Rob Zombie sabotou o próprio filme ao fazer dele um ritual de trivialidades mal concebidas, misturando uma simples história de inocentes numa casa de canibais com interlúdios oníricos que não juntam nada ao resto e assassinos que debitam uma oratória maçadora e vazia.
O design de produção está bem conseguido e Zombie sabe fazer enquadramentos invulgares, mas repete demasiado as técnicas ao longo do filme e a originalidade esfuma-se, juntamente com a curiosidade. E o facto de perder o rumo a meio e não voltar a encontrá-lo também não ajuda.
De entre as representações entre o sofrível e o irrisório, destaca-se a brilhante encarnação maligna de Sid Haig, no papel de Capitão Spalding. Rob Zombie deu seguimento à narrativa de A Casa dos 1000 Cadáveres com Os Renegados do Diabo, e é de notar que a actriz Sheri Moon passa a Sheri Moon Zombie nos créditos da sequela. No cast que não consegue manter uma cara séria encontra-se Erin Daniels, que seguiu depois para a série A Letra L.
Rob Zombie clamou a torto e a direito que os filmes de terror dos anos 90 eram fracos e que o seu projecto seria um regresso ao verdadeiro terror, mas de palavras ao vento não se alimenta este objecto sem impacto, com uma montagem MTV e actores inanes que debitam deixas insípidas. A três quartos da película, A Casa dos 1000 Cadáveres descarta a própria história (que já deu o que tinha a dar), e percebemos que nem sequer aflorou uma outra (as cinco cheerleaders raptadas) que apenas esboça. Se não tivesse plagiado filmes de terror e videoclips de Marilyn Manson suficientes como forma de apregoar qualidades que não tem, a cena inicial ainda quer dar uma piscadela a Pulp Fiction mas mais parece sofrer de treçolho.
House of 1,000 Corpses 2003
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