Wednesday, November 19, 2008

Rogue, de Greg Mclean


Depois de entediar com um serial killer a motor, perdido algures nas estepes australianas, Greg Mclean submergiu o assassino e encheu-o de escamas. Para alimentá-lo, atirou um barco cheio de turistas para o seu território. É óbvio que o crocodilo ficará em jejum durante a maior parte da película, como mandam as leis da gestão do suspense, mas a verdade é que também o cinéfilo é deixado à fome, com um grupo de presas sem empatia, que pedimos que sejam comidas mais depressa, o que, infelizmente, não acontece.

Rogue não investe no enriquecimento dos personagens. Temos os refilões, os choramingas e os empenhados, mas nem os primeiros se queixam muito, nem os últimos fazem grande coisa. O crocodilo de CGI aparece fugazmente aos 50 minutos e a contento na cena final, mas se os tubarões de Perigo no Oceano (1999) provocavam bocejos, este crocodilo podia ser metido na mesma jaula.

Espanta ver Radha Mitchell (que já representou para Woody Allen emMelinda e Melinda, 2004) neste enguiço sem emoção, mas o mesmo não se pode dizer de Michael Vartan, que não se destacou desde a série Alias – A Vingadora (Câmara Indiscreta, de 2002, e Uma Sogra de Fugir, de 2005). Quanto a Sam Worthington, que está prestes a deixar de ser um desconhecido (Terminator 4 e Avatar, ambos para 2009), é impressão minha ou é muito parecido com Chris O’Donnell quando este estava em forma?

Afficcionados de Wolf Creek (2005), o filme de estreia de Greg Mclean, gostarão de ver John Jarratt, o vilão desse filme, regressar como secundário inútil. De resto, salvam-se as abundantes paisagens paradisíacas que dão vontade de visitar, mesmo correndo-se o risco de ser-se devorado por um crocodilo feito em computador (e até esse risco é diminuto, tão breve é o tempo de antena do predador de serviço).

Rogue 2007

No comments:

Post a Comment