Thursday, February 14, 2019

Vile, de Taylor Sheridan

Um grupo de pessoas acorda numa casa com a missão de se magoarem até produzirem suficientes químicos no cérebro que encham um frasco que lhes foi colado na nuca. Tais químicos só se obtêm através de dor atroz, pelo que o grupo tem de inventar formas de se torturarem uns aos outros para escaparem. E eles assim fazem, para um público que assiste com o dedo no fastforward, porque realmente não há mais do que isto.

Estreia de Taylor Sheridan como realizador, um nome que se tornou conhecido pelos guiões respeitáveis de Sicario (2015) e Hell Or High Water (2016), antes de juntar as duas profissões no sofrível Wind River (2017). Com Vile (2011), Sheridan mostra-se capaz na condução das cenas mais escabrosas, alternando exposição e implicitação de modo a não dar mais gore do que o estritamente necessário. Distingue-se dos demais porn torture em dois pontos curiosos: as vítimas são participantes, porque têm de torturar-se umas às outras para sobreviverem e aceitam os meios para chegarem ao fim; e, quando um dos personagens refere que os químicos a destilar (adrenalina, dopamina e ocitocina) podem obter-se igualmente através do sexo, nenhum dos co-captivos alinha na sugestão (quando quatro deles até são casais). É o único guião de Erick Jay Beck e Rob Kowsasuk, juntos ou separados. A representação não apresenta grandes falhas, mas o filme sim. Era preciso mais para não saber a tão pouco.

Vile 2011

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