Mistura de Blair Witch e Wicker Man, que pisca o olho a The Hill Have Eyes e The Village. David Bruckner está habituado a ter o seu nome como co-realizador em projectos de antologia (VHS, 2012) ou de cruzamento de narrativas (The Signal, 2007, e Southbound, 2015), mas a Netflix ofereceu-lhe a oportunidade de sair do mercado das compilações. O seu primeiro single é, infelizmente, frustrante, porque a história não tem originalidade, as peripécias são preguiçosas e a conclusão é ridícula.
Quatro amigos ingleses vão acampar para as montanhas nórdicas seis meses depois de um dos seus ter morrido violentamente num assalto e, ao homenagearem-no no ponto mais alto, um deles torce o tornozelo, obrigando-os a regressar à civilização através de um corta-mato pela floresta mais densa. O resto é o que se imagina.
Baseado no livro de terror sobrenatural do britânico Adam Nevill, O Ritual sabe filmar a floresta mas deixa os humanos à sua sorte. E eles também não sabem cuidar de si sozinhos nem em grupo. Há uma criatura grotesca guardada para o final que não desmerece, mas até as suas motivações são de cartilha. Rafe Spall, a primeira escolha de Bruckner para protagonista, faz o que pode, mas não há muito para fazer. Já agora, o monstro alimenta-se de pessoas alegres e poupa aquelas que sofrem interiormente. Porque sim. E, quando o sobrevivente chega à orla da floresta, o monstro desiste da perseguição, pelo mesmo motivo.
The Ritual 2017
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