Thursday, February 14, 2019

Blood Harvest, de Bill Rebane

Bill Rebane é um habitante do Wisconsin nascido na Letónia, que nos anos 1970 e 1980 produziu e realizou uma dúzia de filmes de terror de muito baixo orçamento, daqueles que são tão maus que não melhoram com a idade. É o caso de Blood Harvest, sobre uma jovem que não encontra rasto dos pais quando regressa de férias, mas rapidamente se habitua a morar sozinha, não fosse o facto do vizinho do lado ainda gostar dela e do irmão dele se vestir sempre de palhaço. 

Desde o início que o filme tenta acusar o palhaço dos crimes que ocorrem, mas o facto deste nunca despir a fantasia e do assassino usar as calças e as sapatilhas do irmão dele são tão óbvios que não há peúga na cabeça que nos convença do contrário. No clímax, fica-se a saber que o mesmo homem matou os próprios pais e os da protagonista, pendurou no celeiro o namorado e a melhor amiga dela como porcos no matadouro e, rejeitado por ela, tenta matá-la também; acto que é interrompido pelo irmão que gosta de brincar com cadáveres, mas não faz mal a uma mosca, pelo menos até então. O cliché do assassino abrir os olhos no final não é esquecido. 

Blood Harvest é estrelado pela atlética e arejada Itonia Salchek (com um erro ortográfico no genérico, ficou Salocheck), que se despe com mais naturalidade do que expressa emoções, ao ponto de nunca mais ser vista no mundo do espectáculo, com nenhum dos nomes referidos. Lori Minnetti e Peter Krause também participam, ela com um nome curioso e um corpo invejável, ele por outro motivo: trata-se de um dos actores principais da série Sete Palmos de Terra. Não se lhe adivinhava grande futuro.

Vendido como fita de terror, mas mais próximo do softcore, Blood Harvest tem um enredo risível, com realização e interpretações a condizer. Sem criar ou manter uma atmosfera inquietante ou a curiosidade em relação à identidade do assassino, é apenas nota de rodapé pela presença do excêntrico Tiny Tim, um entertainer com alguma visibilidade nos anos 1960 e 1970, mas em completo declínio em 1987, a quem Howard Stern deu um segundo fôlego no início dos anos 1990 ao entrevistá-lo no seu programa de rádio, o que conduziu a uma digressão onde Tim sofreu dois ataques cardíacos, falecendo do segundo.

Blood Harvest 1987

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