Um homem sequestra uma mulher num parque de estacionamento e aprisiona-a num pequeno quarto almofadado da sua propriedade, a qual contradiz o aspecto rude do morador pela sua extensão e dispendiosa arquitectura moderna (até foi alvo do programa BBC Grand Designs). Durante a primeira meia hora, nada de sabe sobre protagonista e antagonista, e depois o guião abana os pratos à balança, será ela uma vítima indefesa ou ele um vingador justificado. Duas escaramuças anedóticas, nas quais captor e captiva se agridem ao longo da casa com os mais variados itens do Ikea, informações sobre o pano de fundo dadas através da televisão (serão gravações) e tão pouco tempo passadodentro da caixa que o título é quase incidental (dez por dez são as medidas da cela), estes são os elementos mais marcantes de um thriller previsível, presunçoso e, pior do que tudo, irritante.
Sem verdadeira tensão, sente-se apenas uma ligeira curiosidade em saber porque é que Luke Evans e Kelly Reilly aceitaram o frete. Se, ao menos, Michael Fassbender fosse um dos protagonistas, poderiam tecer-se paralelismos com Eden Lake (2008), filme onde a mesma actriz fugia de um grupo de adolescentes homicidas com igualmente desastrosos resultados. A estreante Suzi Ewing filma os planos de forma pragmática e, provavelmente, não houve lugar a muitos takes. Noel Clarke escreveu e, para que não lhe fossem feitos muitos danos, produziu, mas fica claro porque é que este actor/realizador preferiu que outra pessoa assinasse o resultado.
10x10 2018
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