Thursday, February 14, 2019

Sinister 2, de Ciarán Foy

Barrete enfiado até ao pescoço, a sequela de Sinister recicla os eventos do primeiro filme com uma nova família e alguma inspiração de Children of the Corn, de Stephen King. À falta de Ethan Hawke e do realizador Scott Derrickson, a sequela faz subir a leading man James Ransone, um secundário do filme original que agora tenta apanhar uma assombração mas, no seu único momento de afirmação, apanha é uma surra. Ciarán Foy é um realizador incapaz de articular o menor suspense ou terror, pelo que se assiste a esta construção mal urdida como uma paródia inepta ao género e em total descrédito se questionam todas as acções dos maus sem que seja possível concentrar-se no que quer que seja.

Como é que as crianças aparecem nos filmes que rodam? Como é que uma criança franzina é capaz de montar três cruzes enormes, levá-las para o campo, transportar os pais para lá, enterrar a base das cruzes no solo e erguer os pais para crucificá-los? Quando é que teve tempo para isso? Porque é que Bughuul, o papão, nunca intervém, ficando apenas nas trevas a olhar? O líder das crianças mortas é tagarela, mas não contribui com uma linha para o esclarecimento de nenhum ponto chave da mitologia que continua por delinear. Há uma figura maligna que nunca faz maldades e que tem crianças a seu cargo, que no primeiro filme não falam mas agora não fazem outra coisa. Gravaram filmes snuff que mostram com orgulho, foi o seu pagamento para entrarem para aquela família medonha, mas não agem, apenas instigam os vivos à acção. Um miúdo a quem é retirada a máquina de filmar durante um crime deixa de querer matar os pais, desconcentrado. Se a regra, clara no primeiro filme, era assustar os moradores até estes abandonarem a casa e só então matá-los, de que interessa ter uma dona da casa que não sabe da existência dos maus e os filhos, em vez de se assustarem, querem fazer parte do grupo?

Sinister 2 2015 

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