Mark Pavia deu à costa em 2016, com Fender Bender, depois de uma ausência de dezanove anos, ocasião do seu primeiro filme, The Night Flier (1997), adaptação do conto homónimo de Stephen King. O autor, que sempre foi generoso em elogios (em 1987, dizia que Clive Barker era o futuro do terror), tinha declarado que a estreia de Pavia, uma curta metragem em tons sepia onde uma mulher sobrevivia em terra de zombies, era a melhor curta metragem de terror que vira em vinte anos (Drag, 1993). Foi também Stephen King quem enviou o guião de The Night Flier a Miguel Ferrer, que já entrara na minissérie adaptada do seu romance The Stand (2004) e acabara de faz trabalho de voz off na minissérie The Shinning (1997) não mencionada nos créditos. Foi assim que o filme ganhou o seu protagonista, o jornalista intratável de um pasquim especializado em notícias escabrosas que decide investigar os misteriosos desaparecimentos ocorridos em pequenos aeroportos pelo país, que atribui à acção de um vampiro, fabricação que vem a revelar-se verdadeira.
Pavia culpa a distância entre os seus filmes com as dificuldades de financiamento independente, mas a verdade é que, elogios tendenciosos à parte, Pavia falha desastrosamente nos seus esforços de ter o controlo da escrita e da câmara. No caso de The Night Flier, não só a falta de meios é flagrante como o desenvolvimento do conto de King, que não era suficiente para preencher hora e meia de filme, foi mal desenvolvido por Pavia, incapaz de dar vida aos poucos personagens, de suportar a acção ou de criar a atmosfera necessária a um menos frustrante filme de terror. Julie Entwisle é a cara mais ou menos bonita que serviria de contraponto à rabugenta de Ferrer, que tanto encantou o realizador que se casaram nesse mesmo ano e, para além de um pequeno papel em In & Out (1997), no mesmo ano, se deixou obliterar da indústria cinematográfica. De mencionar, por fim, que os efeitos especiais são o último prego no caixão deste desastre.
The Night Flier 1997
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