Thursday, February 14, 2019

The Bad Batch, de Ana Lily Amirpour

Mad Max ao ralenti, sem combustível e com um grão na asa, num romance contemplativo com o deserto e cujos convidados mais exóticos são grávidas e canibais. The Bad Batch é daquelas obras que não se explicam, limitam-se a queimar lentamente ao sol até a película encaracolar e escurecer, não há nada para ver, continuem a andar.

Filmado na Califórnia mas passado no Texas, o filme é protagonizado por Suki Waterhouse, amputada através de efeitos visuais tradicionais, que dá longas caminhadas pela areia sem encontrar respostas ou saber as perguntas, mas pronta a sobreviver sem um braço e uma perna, que metade é melhor do que nada. Com tudo no sítio menos o sotaque latino, Jason Momoa cruza-se com ela e ameaça-a de morte, está plantada a semente do amor, que uma coisa destas não se diz se não houver interesse. À falta de livros, o alfabetismo corrige-se com tatuagens e a vida na localidade chamada Conforto tem as molas à vista.

Uma Rapariga Regressa de Noite Sozinha a Casa (2014) foi a primeira longa-metragem de Ana Lily Amirpour, baseada na sua curta homónima anterior, mas desta vez a realizadora decidiu esticar logo a corda. Keanu Reeves tem três cenas, Diego Luna duas, mas Giovanni Ribisi fala mais do que o segundo e ninguém identifica o terceiro, que Ribisi não conta: Jim Carrey, tão irreconhecível que quase dá vontade de rever o filme só para admirar a sua invisibilidade, não vale a pena, é o eremita, pois, e a outra tem os membros todos, mas também não parece. O filme custou seis milhões e recuperou noventa mil.

The Bad Batch 2017 

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