O plano original era filmar simultaneamente Resident Evil: Retaliação (2012) e Capítulo Final (2017), mas o financiamento retraiu-se com o risco acrescido e Milla Jovovich optou por dar à luz no interregno, o que atrasou as filmagens do sexto filme. Ever Anderson, a filha mais velha dela e de Paul W. S. Anderson (realizador e estrela), nascida em 2007, estreia-se neste filme como Alice em criança e Rainha Vermelha (o avatar gráfico do sistema de segurança da Corporação Chapéu de Chuva).
O responsável por esta aparentemente rentável saga regressa para terminá-la de forma simples, sóbria e austera, empurrando o guião para a linha de chegada com uma montagem rápida e eficiente. É uma espécie de back to basics, depois dos orgasmos de pirotecnia das entregas anteriores, fazendo tábua rasa de muitos personagens e reinventando eficazmente o passado e o presente da trama, que futuro não tem por ser o último. Eventualmente, prevê-se uma continuação televisiva.
É pena que haja erros de continuidade como um tanque ser regado de gasolina, explodir pelo interior mas não queimar nenhum dos ocupantes; ou que Alice corra no meio de milhares de zombies até a corrida ser interrompida por um adversário com quem tem um combate corpo-a-corpo, mas os zombies desapareçam misteriosamente para não os interromperem (OK, aparece um, mas e os outros milhares?); ou que seja utilizada uma turbina para retalhar cinco rebeldes ao sugá-los para as hélices, mas a turbina seja desligada assim que o primeiro é despedaçado (teoricamente, mais uns minutos e eliminava-os todos).
Capítulo Final troca a câmara lenta pela edição célere e os cenários urbanos artificiais pela decadência pós apocalíptica, numa mistura de Cyborg (1989) e Walking Dead (2010), alguns monstros e veículos agressivos. Ruby Rose fica na retina, a preparar-se para voos mais altos com Vin Diesel (xXx: O Regresso de Xander Cage, 2017) e Keanu Reeves (John Wick 2, 2017) e Milla Jovovich continua a bater em quem lhe aparece pela frente, desta vez ao lado de Ali Larter, que esteve ausente do filme anterior. Todas se vestem como mulheres normais, o que também é um grande progresso. Capítulo Final vai dividir opiniões por afastar alguns dos estereótipos dos filmes anteriores e é possivelmente o segundo melhor Resident Evil (Apocalypse leva a medalha), mas, convenhamos, continua a ser lixo derivativo. Comparando com Underworld: Guerras de Sangue (2017), a outra saga com uma heroína feroz e fã de indumentárias de vinil justo, contudo, está muito à frente.
Resident Evil: The Final Chapter 2016
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