Os eventos descritos em Dark Skies (2013) já não eram novos quando o escritor Whitley Strieber esgotou escaparates com o bestseller Communion (1987), um relato não ficcionado (disse ele) sobre a sua experiência pessoal como vítima de rapto por extraterrestres, que teve uma sequela literária e uma adaptação ao cinema. Os primeiros estudos do género datam de 1923, onde Charles Fort, no livro Terras Novas, descrevia visitas extraterrestres com intuitos empírico-científicos sobre cobaias humanas. Desde então, a premissa tem sido desenvolvida em todas as direcções.
Dark Skies nada tem a ver com Strieber, Fort ou o ainda não mencionado caso de Betty e Barney Hill, datado de 1961, transformado em livro (Viagem Interrompida, 1966) e em telefilme (The UFO Incident, 1975). Nem sequer com a série homónima de 1996, que contava uma versão da História dos EUA onde o envolvimento de extraterrestres era preponderante. Dark Skies (2013) é apenas uma reciclagem básica e com sabor a pouco do caso de uma família dos subúrbios a braços com fenómenos inexplicáveis, de início semelhantes aos provocados por um poltergeist, que concluem tratar-se de encontros imediatos de grau pouco simpático.
Enquanto permanece uma incógnita que o filme não trará nada de novo, a realização segura e a escrita concisa de Scott Stewart vão entretendo mas, por ocasião da sobremesa, a desilusão é inevitável. Do elenco, destacam-se Keri Russell e J.K. Simmons, mas a pergunta que se coloca é: ao cabo de um século de experiências em humanos, o que é que ainda falta a estes seres mais inteligentes e avançados aprender sobre nós? No caso em apreço, a resposta é óbvia: não são mais inteligentes.
Como não podia deixar de ser, há espaço para mencionar o mais absurdo: se os extraterrestres atravessam portas e paredes (vemo-los fazê-lo), de que serve às vítimas reforçarem as janelas com tábuas? Pior: se os extraterrestres atravessam superfícies sólidas, porque é que, no clímax, perdem tempo a desaparafusar as dobradiças das portas, antes de entrarem? Pior: se os extraterrestres vêm de cima, porque é que o casal protagonista fica a guardar a porta da rua e manda os filhos para os quartos situados no primeiro andar da moradia? Atenção, ser produzido pelos responsáveis por Actividade Paranormal e Insidious pode ser esclarecedor, mas não é desculpa.
Dark Skies 2013
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