Thursday, September 18, 2014

Djupid, de Baltasar Kormákur

Barco de pescadores naufraga subitamente, todos à água, um chega a terra. Drama sobre uma desgraça que pode ocorrer em qualquer zona costeira do mundo, desta feita com as câmaras a sobrevoarem uma aldeia piscatória islandesa. Infelizmente, é um filme sonâmbulo, que acompanha os eventos sem lhes juntar nada, nem sequer sentimento. É tão de cartilha que até o sobrevivente, entre braçadas geladas, perde tempo numa conversa de circunstância com uma gaivota, já que não havia bolas de basket por perto.
Baseado em factos reais, o milagre do pescador ter aguentado seis horas num oceano a 2ºC (e nadado para a margem durante esse período, sem ser incapacitado pela hipotermia que vitimou os colegas) foi analisado laboratorialmente, com ele a sujeitar-se a testes médicos para determinação das causas físicas da sua sobrevivência, pela repetição do trauma num tanque. Concluiu-se possuir um equilíbrio térmico surpreendente, capaz de aguentar temperaturas muito inferiores ao comum dos mortais. Salteadas ao longo da película, dispõem-se recordações amarelecidas da sua infância, aquando da erupção do vulcão da ilha, eventualmente a mostrar que esta gente vive entre a água e o fogo.
Ólafur Darri Ólafsson, que pode ser visto como uma imitação de Bud Spencer em A Vida Secreta de Walter Mitty (2013) e no quinto episódio da série True Detective, arrasta-se como um simples gordo grandalhão sem a menor capacidade de comunicar, através de expressões faciais, para além do básico desamparo. Tão desmotivado se mostra o realizador, o que espanta ainda mais que este tenha sido o candidato apresentado pela Islândia ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013. Entretanto, Baltasar Kormákur aterrou em Hollywood, com Contrabando (2012) e 2 Guns (2013).
Djupid – The Deep 2012

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