Randy Moore, um homem com problemas ou um realizador sem talento. Só se conseguiu formar na terceira escola de cinema que frequentou e, na primeira visita que fez ao Disneyworld com consorte e descendentes, começou a recordar as viagens ao local da sua infância, onde o pai residiu depois do divórcio, e um comentário da esposa, russa de ascendência e enfermeira de formação, sobre o espaço de fantasia de Walt Disney ser pior do que a ala psiquiátrica do hospital onde trabalha, conduziu-o a um mês de escrita de um guião que se construiria sozinho em meia hora.
Antes de guinar rumo à estupidez, Escape From Tomorrow é uma viagem surrealista que não desdenharia parentesco a David Lynch mas, a partir do ponto mencionado, desmorona numa inconsequente alucinação que nem o recurso a técnicas de guerrilha (as filmagens decorreram em dois parques de diversões da Disney sem o seu conhecimento destes) salva da nulidade.
O enredo segue um dia de passeio de uma família de quatro pelo Disney World, irritante nos seus traços humanos e estéril nos seus elementos sobrenaturais, com pontas soltas e más representações, cuja única atracção assenta no local de rodagem e no secretismo da mesma. Se o cenário fosse um parque inventado, construído em estúdio ou desenvolvido em computador e projectado em green screen, não haveria absolutamente nada a destacar deste aborrecido episódio da Quinta Dimensão sobre uma vítima de febre felina.
Por fim, cabe referir que a Disney preferiu ignorar o filme em vez de processá-lo, incluindo-o no seu A a Z como uma película de culto filmada subrepticiamente no Disneyworld e na Disneyland. Como nota positiva, a excelente banda sonora do polaco Abel Korzeniowski, do qual se elogiam igualmente as partituras de Copernicus Star (2009), W.E. (2012), Romeu e Julieta (2013) e a mais recente variação a Metropolis (2004). Recomenda-se a escuta em disco, dispensando-se a perda de tempo a nível visual.
Escape From Tomorrow 2013
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