Drama familiar sustentado por uma história policial, o candidato sul coreano aos Óscares 2010 encontra o realizador Bong Joon-ho entre o sucesso de The Host (Gwoemul, 2006) e a internacionalização de Snowpiercer (2013). Quando um débil mental de memória intermitente é acusado do homicídio de uma jovem, cabe à mãe dele, face à indiferença da polícia e à ineficiência do seu advogado, descobrir a verdade.
O realizador alinhavou a trama em redor da actriz Hye-ja Kim, processo iniciado ainda antes de dedicar-se a The Host, e entregou o esboço ao quase estreante Eun-kyo Park para que o desenvolvesse num guião coeso. Madeo, palavra que soa como mãe e homicídio em sul coreano (e em inglês também: mother e murder), é um lento e progressivo trabalho em redor das personagens e das suas peculiaridades, mantendo o suspense apesar de demorar a arrancar. Vale pela tacteante e por vezes precipitada sensibilidade, pela qualidade da direcção de fotografia e pela introdução de elementos que distorcem a imagem que vamos criando dos intervenientes (por exemplo, descobre-se que a mãe tentou matar-se e ao filho, com veneno, quando a criança tinha apenas cinco anos, invocando dificuldades financeiras; fica a questão: terá esse evento provocado a deficiência cognitiva do filho?), mais ainda do que pelo mistério principal.
Madeo 2009
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