Wes Craven ficará para sempre associado ao maior serial killer da História do cinema, Freddy Krueger (Pesadelo em Elm Street , 1984), mas convém lembrar que começou a sua carreira com alguns inclassificáveis filmes de horror trash nos anos 70 (A Última Casa À Esquerda, 1972, e Os Olhos da Montanha, 1977 e 1985), nem sempre tem sabido o que fazer com o material em mãos (Os Prisioneiros da Cave, 1991, O Novo Pesadelo de Freddy Krueger, 1994, e Red Eye, 2005) e grande parte do seu trabalho é pura e simplesmente má (A Maldição dos Mortos Vivos, 1988, Vampiro Em Brooklyn, 1995,Amaldiçoados, 2005). Melodia do Coração (1999) foi a sua única escapadela fora do campo do terror/suspense; valeu-lhe Meryl Streep.
De resto, Wes Craven tem feito filmes para divertir-se, na esperança de que outros também lhes achem piada. Entre os mais bem sucedidos, encontra-se O Amigo Mortal (1986), a trilogia Gritos(cada um pior do que o anterior, à qual 2011 acrescentou mais um capítulo) e o muito desequilibrado Shocker – 100 Mil Volts de Terror(1989).
Apesar de ser o primeiro filme que Wes Craven escreveu e realizou desde 1994, My Soul To Take é daqueles que fez para deitar fora. Um assassino com múltipla personalidade é morto e, nessa noite, nascem sete crianças na maternidade local; dezasseis anos depois, comemora-se mais um aniversário da morte do serial killer, tornado famoso pelo folclore local, e alguém começa a matar os sete adolescentes um a um (para destoar, até mata fora da lista).
Com um prólogo inesperadamente anedótico e tantos plotholes que surpreendem mais do que os twists, este slasher banal está recheado de adolescentes estereotipados, mortes sem criatividade, diálogos idiotas e situações estúpidas (o cúmulo será uma moça que dá, com murros e joelhadas, uma sova ao irmão, que tem o dobro do tamanho dela, por ter raiva dele, justificando-se que tem vivido na sua sombra, o que até sabemos não ser verdade, ela é a rainha má do liceu). Por explicar, fica a prenda do cavalo de madeira e a razão porque o estúdio terá decidido converter o filme em 3D na pós produção. A mover-se em águas próximas, Identidade Misteriosa(James Mangold, 2003) foi uma abordagem muito mais interessante.
My Soul to Take 2010
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