Tuesday, August 16, 2011

My Soul to Take, de Wes Craven

Wes Craven ficará para sempre associado ao maior serial killer da História do cinema, Freddy Krueger (Pesadelo em Elm Street, 1984), mas convém lembrar que começou a sua carreira com alguns inclassificáveis filmes de horror trash nos anos 70 (A Última Casa À Esquerda, 1972, e Os Olhos da Montanha, 1977 e 1985), nem sempre tem sabido o que fazer com o material em mãos (Os Prisioneiros da Cave, 1991, O Novo Pesadelo de Freddy Krueger, 1994, e Red Eye, 2005) e grande parte do seu trabalho é pura e simplesmente má (A Maldição dos Mortos Vivos, 1988, Vampiro Em Brooklyn, 1995,Amaldiçoados, 2005). Melodia do Coração (1999) foi a sua única escapadela fora do campo do terror/suspense; valeu-lhe Meryl Streep.
De resto, Wes Craven tem feito filmes para divertir-se, na esperança de que outros também lhes achem piada. Entre os mais bem sucedidos, encontra-se O Amigo Mortal (1986), a trilogia Gritos(cada um pior do que o anterior, à qual 2011 acrescentou mais um capítulo) e o muito desequilibrado Shocker – 100 Mil Volts de Terror(1989).
Apesar de ser o primeiro filme que Wes Craven escreveu e realizou desde 1994, My Soul To Take é daqueles que fez para deitar fora. Um assassino com múltipla personalidade é morto e, nessa noite, nascem sete crianças na maternidade local; dezasseis anos depois, comemora-se mais um aniversário da morte do serial killer, tornado famoso pelo folclore local, e alguém começa a matar os sete adolescentes um a um (para destoar, até mata fora da lista).
Com um prólogo inesperadamente anedótico e tantos plotholes que surpreendem mais do que os twists, este slasher banal está recheado de adolescentes estereotipados, mortes sem criatividade, diálogos idiotas e situações estúpidas (o cúmulo será uma moça que dá, com murros e joelhadas, uma sova ao irmão, que tem o dobro do tamanho dela, por ter raiva dele, justificando-se que tem vivido na sua sombra, o que até sabemos não ser verdade, ela é a rainha má do liceu). Por explicar, fica a prenda do cavalo de madeira e a razão porque o estúdio terá decidido converter o filme em 3D na pós produção. A mover-se em águas próximas, Identidade Misteriosa(James Mangold, 2003) foi uma abordagem muito mais interessante.
My Soul to Take 2010

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