Dois alunos de Psicologia desenvolvem um trabalho de curso que exige a filmagem de entrevistas sobre vivências e formas de ultrapassar traumas baseados em intensas situações de pânico ou incontrolável aversão. Para o autor da ideia, porém, o tema não foi inocente. Bipolar e dominante, ele está pronto para a segunda fase do projecto, a de obrigar os entrevistados a enfrentarem os seus medos até às últimas consequências.
Intimista e perturbador, Dread funciona pela abordagem distinta ao comum suspense estudantil. É um inquietante estudo sobre o medo, que não se intimida em aprofundá-lo de forma efectiva, ainda que não totalmente original. Baseia-se no conto homónimo de Clive Barker, publicado em 1984 no segundo volume da compilação Livros de Sangue. Stephen King, nos idos anos 80, estava míope quando viu «o futuro do terror e o seu nome é Clive Barker», mas também é certo que a qualidade da escrita de Barker não tem sido transposta para o celulóide com a menor qualidade. Hellraiser (1987) permanece no topo de um íngreme monte de adaptações sinistras, com Raças da Noite (1990), Candyman (1992) e O Senhor da Ilusão (1995) a figurarem entre as menos más. Diblasi tem o seu nome associado à produção dos recentes A Praga (2006), Livro de Sangue (2008) e O Comboio dos Mortos (2008), amostras de como manter o nome do escritor na lama.
Contudo, pela primeira vez à frente da escrita e atrás da câmara, Anthony Diblasi sai-se satisfatoriamente. O orçamento é claramente apertado, mas permite-lhe dedicar-se à claustrofobia dos espaços e à demência dos personagens. Independentemente de alguns momentos pouco credíveis, é uma aposta ganha. Jackson Rathbone, o vampiro Jasper da saga Crepúsculo, protagoniza.
Dread 2009
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