Uma premissa original que se perde algures entre o início do filme e as primeiras cenas. Blade 3 (2004) já nos preparara para esta situação, de que Matrix (1999) é a verdadeira premonição: o futuro da raça humana seria aviário. Num mundo governado por vampiros, os humanos são drenados e armazenados para alimentar o topo da cadeia, mas até estes bancos de sangue estão na iminência de esgotamento. Os cientistas estão longe de alcançar a fórmula de um substituto e a raça vampira é confrontada com a sua própria extinção. A solução, surge, então, na forma de um vampiro capaz de suportar a luz do sol. Será possível reverter a maldição?
Depois da comédia de mortos-vivos de 2003, os australianos Michael e Peter Spierig têm agora à sua disposição um orçamento que lhes permitiu contratarem Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neil, mas o excesso de entusiasmo atrapalhou-lhes a escrita. O conceito deDaybreakers é interessante, mas a sua construção acaba por vulgarizar-se numa abordagem próxima a John Carpenter, alheio à subtileza. Assim, a uma primeira parte plena de introspecção, segue-se uma confusa conclusão com sangue curador, cujo dinamismo surge deslocado e atrasa a produção para o reino da série B. No todo, o filme é mortiço e não arrisca como poderia tê-lo feito, sem que as alarves orgias de sangue do desfecho possam ser consideradas uma mais valia. O sol será tanto a solução para os vampiros como para a película.
Daybreakers 2009
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