Literalmente, mais do mesmo. Found footage, muita gritaria e correria desorientada e um final na casa maldita, onde há mais gritaria e correria desorientada, um vislumbre de uma figura de braços compridos (que o guionista diz que não é ela, mas uma vítima dela), e a recomendação de que é melhor ficar num canto, a olhar para a parede, não porque, segundo a lenda, a bruxa só ataca quem lhe viu a cara, mas porque mais vale ver tinta a secar do que esta espécie de Blair Witch 3, que ignora os eventos de BW2:Livro das Trevas (2000).
Dezasseis anos depois e é isto que se consegue espremer da memória de um dos mais impressionantes e lucrativos filmes de terror independente do século passado (o original é de 1999)? A actualização está na troca de uma bússola por câmaras com GPS e um drone para filmagens aéreas que, obviamente, deixam de funcionar assim que se embrenham no bosque. De resto, os personagens são assombrados por ruídos, figurinhas de madeira penduradas em árvores e o que a dada altura se supõe ser um Yeti, pois os seus passos são pesadíssimos e arremessa árvores à distância. E porque vão os personagens ao bosque da bruxa? Porque o irmão da jovem que desapareceu no filme original viu um clip de found footage no youtube e decide ir procurá-la, quinze anos mais tarde (a história passa-se em 2014), com três amigos, aos quais se junta o casal que encontrou a found footage e vai servir-lhes de guia.
Adam Wingard ganhou proeminência por segmentos nas duas primeiras antologias de terror intituladasVHS (mais found footage), pela invasão domiciliária És A Seguir (2011) e por The Guest (2014), todos com guião de Simon Barrett. A dupla prepara-se agora para estragar I Saw The Devil, remake do thrillersul-coreano de 2010.
Blair Witch 2016
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