Cai o Carmo e a Trindade quando Alejandro Amenábar, indelevelmente associado ao mais ternurento filme sobre eutanásia (Mar Adentro, 2004) e ao mais inquietante filme sobre snuff (Tese, 1996), assina o mais olvidável dos psicothrillers. Não se entende que este brilhante realizador não seja capaz de segurar a expectativa do espectador com um guião escrito pelo próprio, debruçando-se sobre uma pequena trama policial onde uma acusação de incesto ganha contornos satânicos e a falta de provas conduz à extrapolação. A técnica da regressão, espécie de interrogatório sobre hipnose, não é aprofundada, mas criticada por uma relevância que não se lhe encontra.
Será, eventualmente, o filme mais banal de Amenábar, a não estimular o intelecto nem as emoções mais básicas. Tudo nele é mecânico, artificial, sem alma. Ethan Hawke tornou-se um valor seguro do género, depois de Sinistro (2012) e A Purga (2013), mas Emma Watson não é convincente e David Thewlis nem se esforça. Lembra Livrai-nos do Mal, de Scott Derrickson, o que é outro ponto negativo. Música de Roque Baños, a manter a nova tradição de que os seus piores filmes são musicados por terceiros (Dario Marianelli compôs Agora, 2009). Grande desilusão neste pálido regresso aos temas de Tese (1996), Abre Os Olhos (1997) e Os Outros (2001).
Regression 2015
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