Wednesday, November 16, 2016

Pedido de Amizade, de Simon Verhoeven

   
Pedido de Amizade é tão indigente que faz Unfriended (2014) parecer uma obra-prima. Simon Verhoeven é irmão do actor Luca Verhoeven e filho do realizador Michael Verhoeven, mas nenhum deles é o Verhoeven que interessa, ou seja, Paul. Aliás, são alemães e não holandeses. Simon é actor, argumentista, realizador, compositor, produtor mas, por tudo o que é mais sagrado, não lhe aceitem o pedido de amizade.
O fantasma das redes sociais continua à solta e tem alma penada de mafioso: quando escolhe a vítima, mata-lhe primeiro os amigos e familiares, um a um, para que fique sozinha, e saboreia o momento em que os amigos virtuais desaparecem, numa debandada homérica que começa em 857. Portanto, e para que fique bem claro, o objectivo deste espírito maligno é fazer com que uma estudante universitária popular perca todos os amigos virtuais, ofendidos com os vídeos da morte dos amigos reais, que vai postando em nome dela na rede social genérica. Mas, em mais de 800 amigos virtuais, não há um único que goste deste tipo de vídeos e queira continuar a ter acesso aos mesmos?
Pedido de Amizade não prima pela inteligência do guião. A vilã aparece como uma emo exageradamente carente e sem um único amigo virtual, a protagonista é popular, mas literalmente a única pessoa que lhe foi simpática; como não foi convidada para a festa de anos da nova amiga, conhecendo-se há menos de 15 dias, a vilã tem um acesso de raiva, suicida-se e torna-se num espírito mau. Como viu The Ring (2000), a heroína sabe que tem de investigar o passado da vilã para compreendê-la, encontrá-la e trazer-lhe paz, antes que seja tarde demais. Entretanto, a polícia distrai-se a comer donuts e ninguém se apercebe de que a vilã anuncia a próxima vítima com antecedência, distorcendo-lhe a foto de rosto na rede social. Um amigo tenta interromper a cadeia de mortes de forma esperta, mas mal concretizada, acaba por apressá-la.
Quanto ao casting, há a lamentar estudantes universitários representados por actores de quase trinta anos (William Moseley, Brit Morgan e Sean Marquette) e uma protagonista tão serôdia (Alycia Debnam-Carey) que torna fastidioso assistir à sua odisseia. Em relação ao enredo, é uma actualização de Pulse (2006), que já era um remake de Kairo (2001), onde os fantasmas acediam ao nosso mundo através da internet. Para fechar numa nota positiva, a banda sonora é de George Shaw, que compôs a espectacular música de Marcus (2006) quando ainda estava na Universidade, mas o que parecia o início de uma carreira fulgurante não colocou o seu nome no mapa, independentemente de estar creditado em 117 projectos (principalmente curtas metragens) até à data.
Friend Request 2016

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