Depois de danças (Burlesque, Footloose, Rock of Ages e Grease Live) e romances (Safe Haven), chega a vez de Julianne Hough cair vítima do sádico à boleia, na mais estafada recriação possível. Assim que o loiro, largo e bem sonante passageiro passa do charme à vulgaridade, ela faz o imponderável e o filme o imperdoável. Ela guina o jipe por uma ribanceira abaixo, ele é cuspido pela janela da frente mas levanta-se sem um arranhão, ela fica com a perna presa na chapa. A partir daqui, impossibilitado o jogo de gato-e-rato por razões óbvias, a vítima é deixada à mercê dos elementos, com o psicopata a efectuar apenas visitas ocasionais.
Iain Softley, realizador serviçal (Hackers, K-Pax e Skeleton Key), filma o nada em redobrado desespero e graças a Deus pela banda sonora de Edward Shearmur. Na recta final, uma noite de temporal empurra a viatura para o rio, soltando a perna da heroína no processo, a tempo de esta poder arrastar-se pela mata nocturna durante sabe-se lá quantos quilómetros, de perna partida apoiada a um ramo tosco, e chegar a uma primeira residência, precisamente aquela onde o sádico de serviço se sacia, naquele instante, com novas presas de ocasião. A aprender a lição de Leonardo DiCaprio em The Revenant (2015), a bengala é dispensada e a perna, em vez de ter piorar, melhora. O vilão é dominado em minutos (tempo ainda para uns segundos de torture porn), para que a duração fique abaixo dos 90 minutos. Teddy Sears, mais conhecido pelos papeis betinhos nas séries Raising The Bar e Masters of Sex, tem aqui oportunidade de entreter-se com algo mais acintoso. Actualmente (2015-2016), pode ser visto como supervilão Zoom na série Flash, mas convém recordar que as filmagens de Curve decorreram no Outono de 2013.
Curve 2015
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