Thursday, December 15, 2011

Não Tenhas Medo do Escuro, de Troy Nixey

Não Tenhas Medo do Escuro é a última produção de Guillermo Del Toro, remake de um telefilme com estatuto de culto de 1973. Del Toro co-escreveu o guião, dizendo-se influenciado por Arthur Machen, mas isso de pouco significa, já que Machen inspira seguidores há mais de um século, tendo sido considerado por H.P. Lovecraft como um dos quatro autores mais influentes do género, noção reforçada por Stephen King no século XX, com o conto The Great God Pan a ser eleito como o melhor trabalho de Machen (de notar que O Labirinto de Fauno, filme fantasista de Del Toro, é, no original, o Labirinto de Pan).

Guy Pearce e Katie Holmes estrelam, mas o ovo é podre. A história é simples, mas mais estúpida do que no original. Numa mansão, há criaturas encerradas por trás da caldeira da cave, que têm como regra matarem a pessoa que as solta; deve ser a sua forma de agradecerem a liberdade. Del Toro mistura isso com uma inicial martelada nos dentes, mas a ligação entre as criaturas da caldeira e a fada dos dentes é meramente formal e nunca chega a ter seguimento, já que as criaturas só se interessam por dentes no prólogo.

As criaturas, composições integralmente em CGI que parecem ratazanas corcundas, são a única curiosidade do filme, mas cansam depressa. O enredo é pedestre e as representações também, chorando-se aqui a presença apagada de Guy Pearce, já que a de Katie Holmes é tão risível como tudo (o pouco) que fez desdeDawson’s Creek. É daquelas fitas onde os personagens fazem o que não devem, desconsideram pistas evidentes e ocorrem coisas absurdas como a polícia arquivar como acidente um incidente que envolve um homem adulto alvo de dezenas de cortes de x-ato. Qual terá sido o corte acidental, o primeiro ou o vigésimo?

Don’t Be Afraid of the Dark 2011


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