Servindo-se de um mecanismo narrativo que lhe é usual, Atom Egoyan encena mais um filme sonolento sobre rapto, perda, sobrevivência e pedofilia, desenvolvendo a trama em três linhas temporais que se sobrepõem com tal constância que dificultam a sinalização cronológica ao ponto de distraírem daquilo que poderia ser um drama muito mais intenso. Lamenta-se também a diluição do horror dos crimes contra a infância numa personagem que, apesar de raptada por uma rede pedófila, parecer ter apenas contribuído com histórias narradas para um site e como angariadora de mais vítimas, não tendo sofrido abusos sexuais durante os oito anos de clausura.
Com Ryan Reynolds, Scott Speedman, Rosário Dawson e os actores que transitaram do seu filme anterior (Condenados, 2013) Mireille Enos, Kevin Durand e o habitual Bruce Greenwood, Prisioneira é um filme que demora a arrancar e ainda mais a encarrilar, entretanto recupera mas deixa dúvidas de continuidade e lógica. A comissária na carrinha está viva ou morta; durante quanto tempo esteve sequestrada? Os objectos que iam sendo colocados no quarto de hotel, eram-no pelo raptor; com que propósito; a pedido da prisioneira? De que interessa apresentar um polícia como o mais exímio observador de detalhes, se não volta a aparecer? Música de Mychael Danna, compositor de todos os filmes de Egoyan.
The Captive 2014
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