O pressuposto propagandista é o de que, durante o regime de Estaline, a União Soviética estava proibida de ter crimes, sob pena de abafar todos os processos que apontassem nesse sentido, os quais nem sequer seriam investigados, para não levantar suspeitas de que pudessem existir. O inglês Tom Rob Smith baseou o livro Child 44 no assassino em série ucraniano Andrei Chikatilo, conhecido como o Estripador de Rostov, cujos 56 crimes ocorreram entre 1973 e 1990, mas transferiu-o para o período pós 2ª Guerra Mundial, porque o bigode de Estaline (falecido em 1953) era mais farfalhudo do que o dos seus sucessores. A própria máxima «No paraíso não há crime» é, obviamente, absurda.
Com actores vindos de todo o lado menos da Rússia (ingleses, suecos, australianos, franceses e libaneses) e pronúncias para todos os gostos, o filme é uma papa de sub-enredos arrastados e desinteressantes, parecendo apenas concentrar-se na investigação policial quando nada mais funciona e, por essa altura, nem isso funciona. Subserviente e com a credibilidade de uma produção norte-americana, o filme fracassou na bilheteira, com um orçamento de 50 milhões de dólares e um retorno de apenas 3,3. Tom Hardy, Noomi Rapace, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Jason Clarke e Vincent Cassel, numa ou noutra encarnação, já todos contracenaram uns com os outros, mas não deviam desistir dos seus empregos diurnos.
Child 44 2015
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