Barulhos, portas que se fecham sozinhas e uma boneca de porcelana que já é feia antes de ser possuída, com crescendos de violino a dificultarem a deglutição e uma mãe bonita por contraponto. Não é o filme para dominar todos os filmes de bonecos demoníacos, é apenas mais um produto estafado de uma onda de eterna reciclagem de clichés. Rosemary Baby, Amityville e Chucky é a mistura do que é apresentado como prequela de The Conjuring (2013), mas tudo o que tem em comum é a primeira sequência, a boneca (cuja importância é muito periférica nesse filme) e o director de fotografia John R. Leonetti, que agora assume a função de realizador, depois das experiências frustradas de Mortal Kombat: Anihilation (1997) e O Efeito Borboleta 2 (2006). No currículo, tem também a fotografia de Chucky 3 (1991), aquele onde o boneco diabólico resvalou do terror para a comédia involuntária.
Reconhece-se que a cena de possessão da boneca é uma interessante variação à origem de Chucky, ainda que mais tarde venha a desmentir-se que haja realmente possessão, o que é desconcertante (mas coerente com o que é relatado em The Conjuring). O resto, porém, não tem o menor impacto e nem a discreta beleza de Annabelle Wallis (a actriz, não a boneca) é suficiente para evitar o bocejo. Relativamente ao seu predecessor, Annabelle merecia ser uma edição directa para vídeo.
Annabelle 2014
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