Tuesday, March 3, 2015

Grand Piano, de Eugenio Mira

Um pianista com medo de tocar mal é coagido, sob ameaça de morte, a não errar uma única nota em todo o concerto, o qual inclui uma peça que é praticamente impossível de acertar, mas é a mais importante para quem tem o dedo no gatilho. O pianista dispõe até ao final do espectáculo para assegurar que nada lhe acontece ou à sua esposa, que assiste num camarote, e também deslindar o mistério em que está envolvido.
A trama é muito simples e o filme não tenta fazer dela mais do que aquilo que é, um sólido pedaço de entretenimento com aspirações a homenagem ao grande mestre Hitchcock. Eugenio Mira, que já interpretou um jovem Robert DeNiro em Red Lights (2012), de Rodrigo Cortes, é realizador e compositor, mas desta vez deixou a partitura ao cuidado de Victor Reyes e cingiu-se ao controlo da complicada mise-en-scéne da opera house. 
Desde que foi Frodo Baggins, Elijah Wood tem-se desdobrado em curtas metragens, vozes para séries de animação e videojogos, sem contar com a comédia televisiva Wilfred (2011-2014) e ainda trabalhos como DJ, mas poderá ter encontrado um nicho no thriller, onde conta já com o remake de Maníaco (2012), Grand Piano (2013) e Open Windows (2014) interpretando sempre o mesmo personagem com ocupações diferentes (tímido, confuso e titubeante). Kerry Bishé deixou uma boa impressão na minissérie Halt And Catch Fire, razão mais do que suficiente para ver tudo o que já fez, de Red State (2010) a Goodbye World (2013). John Cusack é o homem que fala ao ouvido do pianista, imaterial até ao clímax, onde perde para Kiefer Sutherland o prémio de mais tempo ausente (Cabina Telefónica, 2002). No genérico final, Patrick Godureaux surge como compositor da peça La Cinquette, mas esse nome é ficcional.
Grand Piano 2013

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