Tuesday, March 3, 2015

Livrai-nos Do Mal, de Scott Derrickson

Mistura de End of Days (1999) e RIPD (2013), começa com polícias e termina com demonólogos, porque das paredes entre os dois mundos abrem-se portas e janelas à custa de rabiscos e ladainhas em latim, exorcismos que intercalam inglês e castelhano e canções dos The Doors só por causa do nome da banda. Eric Bana não é Arnold Schwarzenegger, mas já foi o Hulk (2003), e Edgar Ramirez não é Jeff Bridges, mas vai ser Bodhi no remake de Point Break, o que não abona a favor de nenhum dos dois, nem de Livrai-nos Do Mal, que não passa de uma historieta de possessões sob a capa de falsas bases reais, com Joel McHale a estragar todas as cenas em que aparece e, aparentemente, treinou a arte de manejar facas durante meses, para depois ter apenas uma tímida e desastrada amostra das capacidades adquiridas.
Bófias de manga curta em noites de chuva intensa e um vilão de gorro que imita Nomak (Blade 2, 2004), espíritos que apagam lâmpadas mas não afectam lanternas, um herói que se acha o máximo mas soma atitudes estúpidas (entra no poço dos leões do zoo, mete o braço pelas grades de uma doente mental que gosta de morder, exige ao raptor que lhe revele onde estão as vítimas, mas agride-o repetidamente na cabeça, incapacitando-o), crucifixos com poderes sobrenaturais e hospedeiros malignos que levitam e abrem chagas, Christopher Young na banda sonora a não conseguir salvar coisa nenhuma. Scott Derrickson, o realizador, não tem um currículo famoso: Hellraiser: Inferno (2000), O Exorcismo de Emily Rose (2005) e O Dia Em Que A Terra Parou (2008) são três obras nulas, de que sobressai Sinistro (2012), onde o suspense é bem gerido até a história perder o fôlego, algo semelhante ao que ocorre aqui.
Deliver Us From Evil 2014

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