Soalhos a ranger, portas movidas por correntes de ar e, voilá, estava criado um sub-género. Famosas pela sua arquitectura vitoriana, as casas assombradas têm assustado leitores desde os contos de fantasmas de M.R. James e já esgotaram o parque habitacional de Hollywood e do cinema independente mas, se sabemos alguma coisa do lobby da construção civil é que onde há espaço há esperança.
James Wan lançou a saga Saw (2004) e, desde então, tem-se mantido dentro dos espartilhos do sobrenatural, com Dead Silence (2007) e dois Insidious (2011-2013), mas prepara-se para deixar o ninho com Furious 7 (2015), onde os mortos não o largam, mas estiveram vivos até meio das filmagens. Apesar de Wan já contar alguns anos disto, The Conjuring é o seu primeiro trabalho sem falhas. Rodeado de actores de confiança (Patrick Wilson já vinha de Insidious, Lili Taylor já foi perseguida por um espírito em A Mansão , não há nada que Vera Farmiga não consiga fazer e Ron Livingston consegue fazer o que lhe mandam), o suspense é construído com tanto cuidado que, mesmo sem trazer nada de novo a sagas estafadas como Amityville – A Mansão do Diabo (1979), cumpre criteriosamente todos os requisitos pretendidos e o tempo é dado por bem empregue.
O guião dos gémeos Chad e Carey Hayes também incorpora possessão demoníaca, juntando assim O Exorcista (1973) e um casal de demonólogos. E crianças que se queixam de frio à noite, mas dormem com os pés descalços. Em 2014, saiu uma falsa prequela, dedicada à boneca Annabelle, aqui só perifericamente relevante, realizada pelo director de fotografia de The Conjuring. Em comparação, não podia ser pior.
The Conjuring 2013
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