Friday, May 31, 2013

Texas Chainsaw: O Massacre 3D, de John Luessenhop

O público do cinema de terror distingue-se pelo tipo de satisfação que busca. Uns, sofrem com as vítimas, os outros felicitam o antagonista consoante o grau e volume das atrocidades cometidas. Mas, até aqueles que o comem à colherada, sabem que não há nada mais amargo do que as franchises. E é com pesar que se alinham na fila do matadouro, como ratos para a ratoeira.
 
O sétimo filme da serra eléctrica é o primeiro da Twisted Pictures, depois da Platinum Dunes de Michael Bay ter decidido, em 2007, passar de Leatherface para Jason Voohees (Sexta-feira 13, 2009). Nova produtora implica fazer tábua rasa do remake de 2003 e da prequela de 2006, mas ditam as regras que continue a ser mais do mesmo. Assim, dois casais e um pendura seguem de furgão para o Texas, cada um com um alvo pintado na testa.
 
Os créditos introdutórios resumem o enredo do primeiro filme (1974) e confluem numa revisitação de Os Renegados do Diabo (2005), antes de seguir a fórmula em direcção à casa da família Sawyer, mal afamada pelas suas carnes mal passadas. Quatro vítimas mais tarde, tenta-se um revés miserável, o de transformar, de forma pedestre, o assassino num pobre diabo e tanto a heroína como o xerife parecem concordar que um indivíduo que já matou, pelo menos (este filme funciona como uma espécie de sequela directa ao original, ignorando as tomas seguintes) oito pessoas, merece o perdão se a nona for o presidente da Câmara. Inédito, idiota e absurdo.
 
Cinco cabeças a escrever e nem um cérebro entre elas, o que encontrou paralelo na direcção artística: anacronia nos décors e no guarda-roupa, a contrastar com smartphones actuais. O filme ainda estabelece que se passa 38 anos depois dos eventos do primeiro filme, com um jornal impresso em 1974 e um túmulo a cinzelar 2012, mas estrela uma actriz que só amadureceu 26 primaveras e actores que não envelheceram um dia em quase duas décadas. A dieta rica em carne humana deve ter feito maravilhas a Leatherface, que ainda se mexe sem dificuldades com a serra eléctrica nas mãos. Por explicar fica a abastada matriarca Sawyer não ter feito nada contra os assassinos da família, sendo um deles o próprio Mayor da localidade onde habitava.
 
Alessandra Daddario e Tania Raymond dão os gritinhos da praxe, Trey Songz é o escusado cliché do cantor que quer ser actor (ainda julguei que um casal composto por um negro e uma branca fosse sofrer discriminação no Texas rural, mas a ideia passou ao lado) e o realizador vem de dois filmes policiais menores, não sendo capaz de insuflar suspense, quanto mais aterrorizar a plateia. Mais valia trocarem a serra eléctrica por uma vassoura e arranjarem um trabalho honesto.
 


Texas Chainsaw 3D 2013

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