Com o argumentista de A Maldição do Vale (2006), Roger Avary (co-autor de Reservoir Dogs e Pulp Fiction), atrás de grades por causa de um acidente rodoviário em estado de embriaguês, a sequela entrou em banho-maria, até ser repescada por Michael J. Bassett, que escreveu e realizou. A razão de ser repescada, em vez de salva, é porque o realizador de Deathwatch (2002) e Solomon Kane (2009) está habituado ao baixo orçamento por uma razão: ninguém lhe dá mais com o que trabalhar.
Há que dar o braço a torcer em dois pontos. Primeiro, o elenco. Para além de Sean Bean e Rhada Mitchel, que recuperam os respectivos papeis (ela por meros instantes), contam-se participações, que não excedem uma cena ou duas, de Malcom McDowell, Carrie-Ann Moss, Martin Donovan, Deborah Kara Unger e Peter Outerbridge (a conduzir um camião no epílogo, tem o nome do protagonista do jogo Silent Hill: Origin). Adelaide Clemens protagoniza.
Em segundo lugar, o filme esforça-se ao nível ornamental. O creative design faz muito com o baixo orçamento (menos de metade do filme original), mas exagera no cliché e na cosmética digital. Silent Hill – Revelação é equiparável a percorrer os corredores de uma casa do horror da feira popular: a menos que se seja muito sugestionável, o décor e meia dúzia de criaturas cegas não chegam para assustar. E, como já acontecia no original, a protagonista escapa-se sempre com demasiada facilidade aos monstros: há sempre uma passagem por onde sair ou um nicho onde esconder-se. Ausentes que estão a subtileza, a emoção e o medo, não sobra mais do que uma história pindérica com traços religiosos de seita ridícula e diálogos embaraçosos. E o 3D.
Silent Hill Revelation 3D 2012
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