Baseado no bestseller homónimo do escandinavo Jo Nesbo, este é umthriller frio sobre um caçador de cabeças (título dado à sua profissão de topo no serviço de Recursos Humanos, especializado na colocação de directores) que sofre do complexo de Napoleão, compensado pela excessiva ostentação e uma mulher acima do seu nível (e estatura). Para evitar a insolvência, faz biscates como ladrão de arte, surripiando peças detidas por coleccionadores particulares, precisamente aqueles que recorrem a si profissionalmente. Confiante no seu próprio calculismo, um passo em falso fá-lo descobrir o que é ter a cabeça a prémio.
Pleno de intriga e suspense, Caçadores de Cabeças nunca perde o ritmo. Excelente direcção de fotografia, realização e interpretações. Para um trintão com um emprego sentado, a única falha narrativa que se verifica é a resistência física do protagonista. Não chega a ser um caso de invulnerabilidade, mas quem é que, no dia seguinte a ter sido hospitalizado por causa de um ataque de um cão feroz, sobrevive, incólume, a uma colisão frontal em automóvel contra um camião TIR, que fez voar a viatura até um precipício e transformou os restantes passageiros em polpa?
Mas, é tudo uma questão de esticar a corda à credibilidade sem parti-la. A gestão desse risco é uma responsabilidade que o realizador cumpre sem piscar, transformando a paranóia do protagonista e a resolução do mistério na única preocupação do público. Já foram adquiridos os direitos de autor para um remakenorte-americano, mas nunca deve premiar-se preguiça. Aconselha-se, desde já, o original.
Hodejegerne 2011
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