Wednesday, November 10, 2010

Saw VI, de Kevin Greutert

Em equipa que ganha, não se mexe, e por isso a ficha técnica apenas sofreu alterações cirúrgicas. O editor dos primeiros cinco filmes ascendeu a realizador, mas mantêm-se os produtores, o compositor, o director de fotografia e praticamente todo o elenco, até com os mortos a regressarem em flashbacks. Os argumentistas Patrick Melton e Marcus Dunston já acompanham o projecto desde Saw IV, o que garantiu a coesão da história, que recupera eventos passados e desta forma mantém viva a ideia de unidade.

Saw VI tem por missão embrulhar a saga de John Kramer, vulgoGigsaw, o homem dos jogos mortais. Desde 2005 que se dedica a fazer as pessoas arrependerem-se dos seus erros, através de provas de vida ou morte, e nem do túmulo desistiu do seu métier. Certo é que, quando começou, Saw desconhecia a sua longevidade e sucesso, pelo que foi trabalhando as surpresas a conta gotas, jogando pelo seguro. A fechar a primeira trilogia, matou o papão e a sua assistente, mas trouxe à cena um imprevisto sucessor. Na recta final da segunda trilogia, é preciso fazer a cama também a este. E Gigsawnão deixou a tarefa por mãos alheias.

Conciso, o filme avança com uma nova vítima principal, num labirinto de portas (ao jeito do que aconteceu no 3, onde também se dava prevalência a um jogador) e a sua escolha foi acertada. Quem melhor do que o CEO da Seguradora que recusou cobertura a John Kramer na sua luta contra o cancro? Os jogos em si são interessantes – directos, simples e orgânicos, desgastam o jogador onde lhe dói mais. Apesar de ficar a sensação de ser mais do mesmo, o filme vai sendo entrecortado de flashbacks capazes de lhe darem um corpo considerável e adensam um mistério cujas migalhas foram sendo construídas desde Saw IV, de modo a poderem explicá-lo e concluí-lo. No final, reservam-se algumas surpresas, muito mais reconfortantes do que no amorfo Saw V. Apesar da refrescante simplicidade da maior parte das provas, tem aqui também parte a mais elaborada de todas as geringonças até à data: um carrossel-roleta russa.

Apesar de tratar-se do Saw que pior se portou nas bilheteiras, Saw VIcumpre a sua missão de atar as pontas soltas, com respeito pela cronologia. Indispensável é, por causa disso, que se tenha algum conhecimento prévio dos meandros da franchise, para que possam reconhecer-se as pistas.

A saga fecha em 2010, com Saw 3-D, (em vez de Saw VII), a realizar por Greutert e filmeado com câmaras SI-3D (i.é, filmados directamente com câmaras 3D e não adaptado em pós produção). Recupera personagens do primeiro filme.

Saw VI 2009


4 comments:

  1. Oi Ricardo, falaram-me desta saga e fiquei com curiosidade em saber a tua cinéfila opinião. Parece-me boa ideia começar pelo 1º, mas não sei se vou ter paciência para ver todos os outros até este (versão 3D). Há algum para além do 1º que seja obrigatório na tua opinião???

    Beijoca grande,
    Sandra Franco

    ReplyDelete
  2. Sandra, esta é uma daquelas sagas que não é, de todo imprescindível. i.é, se não vires nenhum, não perdes grande coisa.

    porém, se estiveres disposta a dispensar-lhe o teu tempo, tens de ver... todos.

    isto porque todos os episódios estão encadeados uns nos outros, há um fio condutor que os liga a todos. concretamente, a saga divide-se em duas trilgias: I-III e IV-VI, mas ver a segunda trilogia implica ver a primeira.

    o episódio VII é que é 3D, não é o desta crítica. a dispensar algum dos filmes, será precisamente o 3D, porque a história concluiu bem no 6º e este é apenas um lento arrastar a fazer render a fruta.

    portanto: a ver, a primeira trilogia. os episódios 4 a 6 exigem ter visto os 3 primeiros. o 7 está só a encher, é o mais dispensável de todos.

    boa maratona :)

    ReplyDelete
  3. Ok, então será coisa para médio / longo prazo. Sendo que gosto de começar pelo início, o 1º é aquele que para já me interessa ver , os restantes vou vendo a seu tempo, obrigada pela dica.
    Beijoca
    Sandra Franco

    ReplyDelete
  4. os filmes também foram saindo à razão de um por ano, por isso não há grande pressa.

    o primeiro filme existe a solo, não exige ver os restantes.

    ReplyDelete