Em 2006, Adam Green realizou Hatchet, uma comédia de terror que capitalizava no humor de sitcom e nos efeitos especiais tradicionais. que continuam a maravilhar mais do que o muito mais falso CGI. Havia cameos de Robert Englund, Kane Hooder e Tony Todd, mas era Joel David Moore o actor principal. Green e Moore estão de volta, mas quem está em todas é Moore. O protagonista co-realiza, co-produz (a meias com Zachary Levi, também actor do filme) e foi co-argumentista de Spiral.
A premissa é curiosa, mas a concretização amassa demasiado. Umtelemarketer introvertido relaciona-se lentamente com uma colega de trabalho, a qual acaba por pintar em diversas telas e cadernos. Obsessivo e misterioso, uma das suas regras é que ninguém veja os seus trabalhos antes de estarem concluídos, o que desperta a desconfiança da jovem. Especialmente quando ele já está a esboçar o novo trabalho, para o qual espera que ela pose sem questionar. Alguns elementos do passado dele vão sendo adicionados, suspeitando-se de que possa ter assassinado modelos anteriores ou, pelo contrário, a modelo actual (e as supostas anteriores) existir(em) só na sua cabeça.
Os três actores principais não desmerecem (Moore, Zachary Levi e Amber Tamblyn), e é sempre uma experiência ver Tricia Helfer (Battlestar Galactica), nem que seja numa única cena, mas há coisas que nem o facto de ser um filme indie e ter uma direcção de fotografia competente consegue anular. As apostas visuais, nomeadamente a ausência de gore e a crispação dos espaços deram frutos, mas não os suficientes para compensarem um enredo que se arrasta para cumprir a longa duração, os diálogos inconsistentes ou a irritante banda sonora jazzy. O desfecho prefere deixar as questões à interpretação do espectador.
Spiral 2007
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