Wednesday, November 10, 2010

Surviving Crooked Lake, de Sacha Drews, Ezra Krybus e Matthew Miller

Quatro raparigas e um cadáver, num passeio de canoa acidentado. Querer-se-ia, talvez, uma intensa história de sobrevivência e teimosia, mas o resultado é pouco mais do que travelings sobrepaisagens fluviais bucólicas, com quatro adolescentes discretamente atraentes no enquadramento.

Em 2003, Sacha Drews, Ezra Krybus e Matthew Miller eram um trio de estudantes de Belas Artes da Universidade de Nova Iorque que viram a sua curta metragem A Escola ser seleccionada por diversos festivais e desde então têm participado em projectos de fraca exposição. Surviving Crooked Lake é a sua primeira longa metragem, a qual elogia o talento de Drews e de Krybus como directores de fotografia, mas a total falta de discernimento dos três realizadores/ argumentistas ao nível de condução da narrativa, dos diálogos embaraçosos e da inépcia na condução de actores. As quatro raparigas são inexpressivas e envergonhadas, nada empenhadas na manifestação de sentimentos, seja companheirismo, cansaço, desespero ou até choque. Ignorantes dos mais básicos atributos da arte da representação, parecem ter sido escolhidas pela magreza e ar virginal hippie, de cabelos aloirados e olhos azuis. Stephanie Richardson é bailarina, Alysha Aubin é modelo e Candice Mausner e Morgan McCunn são estudantes anónimas. Como merecem.

O realce para a direcção de fotografia cinge-se às paisagens naturais canadianas. De resto, abundam os evitáveis close-ups, à procura do que as actrizes não têm para dar. Quanto ao guião, deixa questionar como é possível que quatro adolescentes sejam autorizadas a fazer um passeio de dois dias, com um guia do sexo masculino, que envolve canoagem e pernoitada em tenda, e ainda mais estranho é que, entre os cinco, não haja um único telemóvel. Quanto aos ténis New Balance, será sinal de um improvável investidor ou a forma de datarem a acção?

Surviving Crooked Lake 2008


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