A distribuidora americana do filme, Lionsgate, decidiu alterar a montagem do filme, cortando-lhe os segundos finais. Neles, víamos que aquela que parecia a única sobrevivente da gruta teve apenas uma alucinação de liberdade e ainda se encontra a inúmeros quilómetros abaixo do solo. Claustrofóbico, mas aparentemente demais para o consumidor americano. E assim ficou aberta a porta a uma sequela.
Estreia de Jon Harris, editor do original, na realização, Descida 2traz de volta as actrizes Shauna McDonalds e Natalie Mendoza, supostas vítimas fatais do primeiro filme. Foram precisos três argumentistas para aldrabar momentos-chave de A Descida e porem novamente um grupo pelo sistema de grutas habitado por criaturas carnívoras. O elenco continua a ser predominantemente feminino, mas sem a mesma garra. Tecnicamente, o filme é miserável. Dentro da gruta, a única fonte de iluminação deveria provir das lanternas dos capacetes, mas vê-se perfeitamente que há holofotes de estúdio ligados. As criaturas do original eram contorcionistas e os seus movimentos reptilóides, mas aqui são meros figurantes com máscaras. O sangue é demasiado espesso e os efeitos visuais económicos, com close-ups para encobrir o que é feito com próteses. A montagem, pelo menos, é competente, não deixando o filme arrastar-se demasiado, permitindo assim alguma fluidez de ritmo e entretenimento mediano.
Descida 2 não traz surpresas ao género, apenas o empobrecendo por falta de recursos, ideias ou talento. O final, ridículo, a pressupor continuação, é de bradar aos céus. Os rastejantes são animais de estimação?
The Descent: Part 2 2009
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