Na febre dos remakes de horror, Fred Walton viu dois dos seus trabalhos mudarem de século: o thriller Chamada Misteriosa (When a Stranger Calls, 1979) e o anti-slasher O Dia das Mentiras (April Fool’s Day, 1986). O primeiro tornou-se clássico pela frase We've traced the call... it's coming from inside the house e o segundo não.
April Fool’s Day corresponde ao dia 1 de Abril, em Portugal conhecido por Dia das Mentiras, mas que nos EUA se aproxima mais de Dia das Partidas, que é no que se entretêm os personagens durante todo o dia, na ilha onde foram passar o fim-de-semana (copos que vertem, cadeiras que se desmontam, torneiras que esguicham, charutos explosivos, luzes que acendem outras quando são apagadas, etc). Depois, aparentemente, começa o Jogo dos Dez Negrinhos (apelidado nos EUA de E Não Sobrou Nenhum, por razões de correcção política), com as vítimas a abandonarem o palco, uma a uma.
Sem gore nem nudez, resta-lhe apostar tudo na reviravolta final, que surpreende tanto quanto desilude. No fundo, é uma experiência semelhante à de Gritos (Scream, 1996), onde as incongruências são corrigidas pela pista que faltava. Infelizmente, consistência nem sempre é sinónimo de entretenimento. Ainda assim, Walton mantém o serviço fluido, sem que o público se queixe muito das colheradas não saberem a nada. A banda sonora de Charles Bernstein, compositor de Pesadelo em Elm Street (1984), foi editada em CD, mas não fica no ouvido. Na retina, algumas caras conhecidas: Deborah Foreman, Ken Olandt e, claro, Thomas F. Wilson (o Biff de Regresso ao Futuro, 1985).
April Fool’s Day 1986
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