Antes da Buffy, havia o Abe. De cartola e machado, o 16º Presidente dos EUA, responsável pela abolição da escravatura nos EUA, matava vampiros nas horas vagas. Infelizmente, o título esgota o filme.
Os livros de Seth Grahame-Smith tiveram procura por parte dos dois lados da cortina de ferro e cada Tim agarrou o seu: Timur Bekmanbetov ficou com Abraham Lincoln, Caçador de Vampiros e Tim Burton com Sombras da Escuridão. Não satisfeito, Burton também produziu Abraham Lincoln, Caçador de Vampiros.
Não há nada que se aproveite. A matar vampiros à machadada, imaginar-se-ia que o trunfo do filme fossem as lutas a curta distância, mas as coreografias são tão pobres quanto o CGI e o 3D, numa mistura que faz chorar baba e ranho por Matrix (1999); irmãos Wachowski, voltem que estão perdoados (mas não com essa lamechice que se avizinha, o Cloud Atlas).
Benjamin Walker dá ares a Liam Neeson, mas falta-lhe o vigor do original e uma história que lhe permita imitá-lo. O actor não segura o filme e o tom é demasiado sério para premissa tão idiota. Para além disso, os hiatos temporais não são razoáveis: Lincoln passa da idade de 10 para os 20 anos e daí salta para os 50. Que humanos sejam mais hábeis, rápidos e mortíferos do que hordas de vampiros é igualmente inaceitável, especialmente se tivermos em conta que se trata de quinquagenários que não lutavam há mais de duas décadas. Quanto ao confronto entre vampiros e humanos em cima de um comboio, lembra Priest, perdendo, assim, em originalidade o que já falhava em eficiência. Até a mulher de Lincoln, idosa, é mais rápida que uma vampira, quando ainda teve de carregar, armar e disparar a espingarda – é a sorte de uns se moverem em câmara lenta e os outros não.
Abraham Lincoln Vampire Hunter 2012
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