1921. Florence Cathcart está cansada de desmascarar charlatães em sessões espíritas, mas algo no seu olhar trai essa determinação, um possível desejo, tão íntimo que porventura inconsciente, de que possa vir a estar enganada. De início, essa pista parece estar relacionada com a fotografia de um oficial do exército, eventualmente falecido durante a Guerra, mas afinal é uma dor que corre mais fundo. Ao aceitar um último caso, sobre o envolvimento de um fantasma na morte de uma criança num colégio interno, todo o seu castelo de cartas irá ruir.
Finalmente, uma história de fantasmas como deve ser, daquelas que se levam a sério, em que há pistas a coleccionar e a inquietude é conseguida pelo poder de sugestão criado por jogos de sombras e sons. Do pequeno para o grande ecrã, Nick Murphy revela-se o realizador ideal para fazer brilhar a história e os actores: Rebecca Hall está fabulosa, Dominic West recorda-nos dos tempos áureos deThe Wire e Immelda Staunton tem uma categoria só dela. A atmosfera tétrica é auxiliada pela cinematografia de Eduard Grau e pela banda sonora de Daniel Pemberton.
Claro que nem tudo são rosas. A partir do momento em que a resolução do mistério é fornecida, há dados que não encaixam. Retrospectivamente, pode aceitar-se a visão do homem de caçadeira como uma memória mal enterrada mas, afinal, se morreram violentamente três pessoas naquele casarão, porque razão só uma delas se tornou fantasma? E o menino asmático, não deveria ser fantasma, também? Mais importante do que isso: se o fantasma central não está no mesmo patamar de irrealidade que os outros que ali perderam a vida, o que é que faria crer à governanta que a morte da protagonista iria cumprir os seus desígnios? Eventualmente, vá, pelo facto de esta ter sido capaz de ver o fantasma desde o primeiro passo. Enfim, não há bela sem senão e esta não chega a rachar o espelho, ainda que não possa proferir a célebre frase da Rainha Má.
Claro que nem tudo são rosas. A partir do momento em que a resolução do mistério é fornecida, há dados que não encaixam. Retrospectivamente, pode aceitar-se a visão do homem de caçadeira como uma memória mal enterrada mas, afinal, se morreram violentamente três pessoas naquele casarão, porque razão só uma delas se tornou fantasma? E o menino asmático, não deveria ser fantasma, também? Mais importante do que isso: se o fantasma central não está no mesmo patamar de irrealidade que os outros que ali perderam a vida, o que é que faria crer à governanta que a morte da protagonista iria cumprir os seus desígnios? Eventualmente, vá, pelo facto de esta ter sido capaz de ver o fantasma desde o primeiro passo. Enfim, não há bela sem senão e esta não chega a rachar o espelho, ainda que não possa proferir a célebre frase da Rainha Má.
The Awakening 2011
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