Com os japoneses Taka Ishise a produzir (o mesmo de Ringu e Ju-On) e Masayuki Ochiai, a realizar (Infection), a acção é transplantada para o Japão, a par do que ocorreu com de Ju-On, para onde se muda um casal americano. O fio condutor é fiel ao do original, sendo apenas de cosmética as alterações mais óbvias. Admissivelmente, os eventos traumáticos que justificam a vingança penada são mais coerentes.
Rachael Taylor começa a florir. Em Transformers era demasiado pimpona e em Bottle Shock demasiado pita, mas em Shutter deixa evidenciar talento e beleza (recusou participar em Transformers 2 porque, cito, «é uma coisa que já fiz»). Joshua Jackson preferiu dar provas contrárias, tornando evidente que não leu o guião nem sabe o que é esperado do seu personagem. Megumi Okina, a actriz que no Ju-On original era perseguida pela fantasma é agora a má da fita. James Kyson Lee (o amigo do Hiro Nakamura da série Heroes), Espécie de Lost in Translation com fantasmas, Shutter tem uma excelente direcção de fotografia e pode até revelar-se instrumental para o turismo nipónico. A banda sonora de Nathan Barr também contribui, ele que já compôs para o turismo da Europa de Leste em Hostel e Hostel 2 e para o turismo rural americano em A Cabana do Medo, todos de Eli Roth.
O título Shutter («objectiva») refere-se à captura de imagens de fantasmas em fotografia («spirit photography»), e são as pistas encontradas em fotografias onde o espírito se manifesta que conduzem a investigação.
O argumento de Luke Dawson tenta tirar partido da história original e também da diferença de culturas, mas rapidamente se embrenha em incongruências e na tentativa de reproduzir sustos saídos do manual de instruções. Como a produção apostou num público de idade PG-13 (Maiores de 13 Anos), o nível de intensidade é muito baseado em coisas que não se vêem e a alma penada tem aspecto humano e não de cadáver. Dawson tem uma predilecção idiota por portas abertas para evitar enguiços (ir à procura de um fantasma num edifício de escritórios não tem o que enganar, é só subir de elevador e avançar pela porta do escritório em questão, que por sorte até está vazio; ou quando se quer entrar no apartamento de um amigo ocupado em cometer suicídio) e comete ainda outros erros: não soluciona a acusação de namorada obsessiva (pelos flashbacks, não vemos nenhum indício que o corrobore), e, se o fantasma já sem manifestara nos EUA, porque é que não estragou nenhuma fotografia nem fez peso lá?
Shutter já tinha originado um remake indiano, Sivi (2007).
Shutter 2008
No comments:
Post a Comment